Há vidas que seguem numa linha recta, desde seu início até ao fim.
E não é por ansiarem a monotonia. Nem por serem vidas estagnadas. Mas sim, porque basicamente, conseguem ser vidas dentro do que se espera que seja a normalidade duma vida, para além do nascer, crescer, multiplicar-se e morrer.
São vidas que correm bem, que fluem com naturalidade, são como um rio manso na primavera. São poucas, essas, mas as há.
São vidas que correm bem, que fluem com naturalidade, são como um rio manso na primavera. São poucas, essas, mas as há.
Há vidas que fazem algumas curvas, não se limitam à normalidade rectilínea das primeiras.
Essas já provocam alguns percalços aos que as vivem, mas nada que não se possa controlar, desde que se esteja atento ao percurso.
Há até os aficionados do género, que consideram imprescindível essa sinuosidade para que a vida seja estimulante, encarando as superações de cada curva orgulhosamente, como se de uma prova se tratasse. Encontrando aí, a fundamental razão de viver.
Há até os aficionados do género, que consideram imprescindível essa sinuosidade para que a vida seja estimulante, encarando as superações de cada curva orgulhosamente, como se de uma prova se tratasse. Encontrando aí, a fundamental razão de viver.
E há aquelas vidas que parecem ter verdadeira aversão à linha rectilínea. Seguem em curvas e contra-curvas, e ainda arriscam, pelo meio, por subidas íngremes, que nem louco alpinista para depois, sem aviso prévio, descer a pique por encostas tortuosas. Vidas duras.
Quem as vive traz sempre joelhos e mãos em sangue, corações destroçados, cabeças torturadas, almas estropiadas.
As superações não trazem a glória ansiada pelos aventureiros, mas sim, mais peso às próprias costas, pois que outros não o podem carregar.
São vidas que não aceitam desvios nem inversão de marcha. Vidas desgraçadas, em que o riso é raro, em que a paz escasseia. O descontrole da alma aumenta na proporção directa em relação ao tamanho de cada curva percorrida.
Quem as vive traz sempre joelhos e mãos em sangue, corações destroçados, cabeças torturadas, almas estropiadas.
As superações não trazem a glória ansiada pelos aventureiros, mas sim, mais peso às próprias costas, pois que outros não o podem carregar.
São vidas que não aceitam desvios nem inversão de marcha. Vidas desgraçadas, em que o riso é raro, em que a paz escasseia. O descontrole da alma aumenta na proporção directa em relação ao tamanho de cada curva percorrida.
Nem todos alcançam o fim do caminho previsto, sucumbem antes, por fraqueza do corpo ou da alma.
Outros anseiam pelo fim, acreditando aí, ir encontrar o descanso.
E há os poucos, discípulos de Zenão, que avançam estoicamente, a fim de chegar com honra ao fim de sua linha da vida. São heróis sem rosto, de quem ninguém sabe, de quem ninguém fala.