«Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém»
Rousseau
Considero-me uma néscia, uma tacanha de raciocínio.
Já se enrolam os pensamentos, cada um a albergar uma descabida teoria acerca da Psicologia Humana. Mas não! Não entendo. Simplesmente, eu não entendo. Não há maneira de eu conseguir entender essa tal alta corrupção de que toda gente fala, que é notícia em todos os noticiários e jornais.
Porque esta não é uma corrupção qualquer, como aquelas a que já nos habituaram os que fazem política e negócios da alta esfera, que, a bem da verdade se diga, acabam por ser os mesmos.
Esta é uma corrupção dum nível tal, que, se de um terramoto se tratasse seria qualificado de
magnitude 8,0 na
escala de Richter. Pensando bem, trata-se, verdadeiramente, de um
terramoto sócio-económico contra uma sociedade, onde todos! andamos aqui com
as vidas de pernas para o ar, à conta de semelhante descalabro que sobre nós se abate.
Pessoas com tanto poder, com uma tal riqueza, que levariam uma vida inteira na mais imensurável abastança ... e não lhes basta.
Precisam de mais. Anseiam, qual Ícaro, por alcançar o céu. E ganham asas. E já no céu, insatisfeitos ainda, querem ir além, alcançar outras galáxias, porque o mundo é quase nada, de tão pequeno para sua magnificência.
Essas pessoas, homens e mulheres, não têm noção dos limites.
Não sabem parar.
Julgam-se deuses.
Avançam, qual manada de elefantes desenfreada, cegos por sua ambição desmedida, não vendo mais nada à frente, para além do objectivo pessoal. E urdem uma tal intrincada trama que torna impossível achar-se-lhe ponta.
Assim, eu, cidadã que prefere o pé no chão, não consigo vislumbrar qualquer lógica nesta prática.