Trabalho é o que te espera,
pois que cultivar e gerar é a tua herança.
Deixar que a terra germine a semente,
permitir às entranhas que gerem um filho
que leve teu sangue para além de ti.
Pois dita a lei que perpetues a espécie.
Mas não ouses crer
que o filho de ti gerado
caminhará à sombra de teus passos.
É preciso que lhe soltes as amarras
para que navegue seu próprio mar,
para que lavre sua própria terra,
algures, longe
do teu protector regaço.
É preciso
que seu coração conheça as lágrimas
e seus olhos
alcancem vistas por ti desconhecidas,
que seus gritos
ecoem em altos montes,
que seus pés trilhem
por caminhos ainda não percorridos.
Não te lamentes.
Deixa que corra;
deixa que ame;
deixa que sofra;
deixa que erga castelos
que outros venham a destruir.
A glória não nasce em casa fechada.
Que se abram as portas e portões,
que se aponte ao horizonte.
Que se ouse perder
para ganhar.
É tempo de ver partir.
Se os governantes tivessem a sensibilidade do poeta...
talvez a união dos povos não fugisse a galope num cavalo preto,
talvez todos marchassem juntos, a saber para onde.
Afinal, já não se trata de fazer contas, mas de prestar contas a uma Europa que quer vingança por a Grécia ter tido o desplante de insubordinar-se contra as regras propostas.
Não se nega aqui, as culpas da Grécia nesta crise catastrófica.
Tem culpas, como também tem Portugal, pela sua própria calamidade que, ai de nós! o que temos passado.
Os gerentes destas casas não se portaram como o esperado e levaram-nos a todos pela ladeira abaixo. Mas, adiante.
Agora (só agora?) dizem que a situação da Grécia é uma questão política, pois que, após o tão malfadado referendo, adoptou postura menos radical e reformulou sua proposta, cedendo a algumas exigências que levam a mais austeridade e, esbarrou numa Europa que não quer entender o que até o FMI já concluiu: a dívida grega não é sustentável.
Para a Alemanha, Suécia, Finlândia e Dinamarca: negociação = não fazer cedências.
Os princípios que levaram à união da Europa e que pretendiam promover o bem-estar de seus povos baseado na solidariedade parece esquecido.
Por sua vez, a França tem sido aliada da Grécia em busca de uma solução cabal.
Até que ponto não será este apoio, prejudicial para a Grécia, pois que, neste sábado, o ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis afirmava que a "Alemanha queria a saída do seu país da união monetária para intimidar a França e a fazer aceitar o seu modelo de uma zona euro disciplinar".(fonte)
Que interesses calados se escondem na intransigência?
Em Fevereiro deste ano, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker admitia que "pecou-se contra a dignidade dos cidadãos de Portugal, Grécia e Irlanda".
E acrescentou que "era preciso aprender lições e não cometer os mesmos erros".
Agora, sente-se traído porque, afinal, a Grécia não se governa apenas de "amor".
Drummond, se cá estivesse, diria: "E agora, Grécia?"
Quando eu era pequena tive a felicidade de viver numa casa com quintal, onde havia dois coqueiros e também uma goiabeira que dava umas goiabas doces, de que hoje, passados mais de trinta anos, ainda guardo o sabor algures, nas minhas papilas e no meu coração.
De tempos a tempos, ia lá um homem capinar o quintal e, ao fim do trabalho, trepava ao cimo dos coqueiros a pegar os cocos. Levava uns quantos e deixava-nos alguns - eram mais os que levava, do que os que deixava, pois minha mãe não tinha grande paciência para ralar o coco e, o homem, naquele sorriso largo, agradecia.
Eu, depois mais crescida, era quem ralava o coco para que minha mãe fizesse a cocada que o homem de sorriso largo lhe ensinara a fazer, que, segundo ele, era tal e qual a cocada que a esposa fazia. Na maior parte das vezes, eu ralava o coco e ralava os dedos também, mas nada me desmotivava do trabalho, pois a recompensa que me aguardava valia o esforço. E nem preciso dizer que não resistia sem abocanhar um punhado do coco acabadinho de ralar, porque não deve haver no mundo quem se dedique à tarefa de ralar coco, sem encher a boca com essa delícia sumarenta. Depois do trabalho feito, pegava um pedaço de coco partido, ainda colado à casca dura e, sentada num canto do jardim, lá ficava eu, a roer aquele maravilhoso fruto branco, da cor da neve. Mas já com o nariz apontado ao cheiro de coco doce a chegar-me da cozinha - ah, coisa boa, que é a vida de criança!
*Já experimentei comprar coco aqui. Mas deixei-me disso, porque o coco que a gente compra aqui em Portugal, não é para quem já comeu coco acabado de apanhar no coqueiro. O coco que nos chega aqui, parece que perdeu metade da água e do sabor no caminho da viagem - é que nem café requentado: é, mas não é.
A esta altura em que o sol se eleva
bem no cimo de nossas cabeças, obrigando-nos a cerrar os olhos e a permitir
abrir o coração à expectativa, seja lá do que for, despimos, quase sem dar por
isso, o casaco da tristeza. E mesmo nos casos difíceis daquela tristeza que já
não é casaco, mas uma sobre-pele sobre um corpo abatido, mudamos-lhe o
tom para um dourado que rime com saúde e escondemo-la sob roupagem colorida,
apelando à alegria, que se apodere do que se apoderou de nós.
Isto não é conversa infundada de amante do verão, tomada da irresponsabilidade própria do amor desmedido, que não reconhece limite. Não.
O verão traz-nos de volta as temperaturas adequadas para despir, não só a tristeza, como a roupa pesada que impediu a pele, por meses a fio! de respirar e transpirar - a transpiração, para além da sua função reguladora da temperatura corporal, permite à pele expelir impurezas.
O verão traz o sol, em todo o seu esplendor.
Já é mais que sabido que sol em excesso faz mal: não faltam alertas sobre isso. Já deveria estar mais do que interiorizado por quem usa e abusa.
Mas, se de um lado, temos os abusadores do sol, do outro lado, exactamente oposto, temos os tementes do sol, que o culpam de todas as maleitas e, não sabem usufruir de seus benefícios, que estão ali, tão perto, na ponta de um raio de sol.
O problema não está no sol: está em nós.
Somos seres de excessos / extremos.
Se soubermos fazer uso do sol com conta, peso e medida, como é necessário em tudo nesta vida, teremos um suplemento inteiramente grátis e aprazível. Porque o sol permite ao nosso organismo sintetizar uma vitamina extremamente importante para nossa saúde: a vitamina D, que
é necessária para a fixação do cálcio nos nossos ossos;
fortalece os músculos;
regula o funcionamento das células imunitárias, já havendo estudos comprovados da prevenção de inflamação, daí resultasse uma corrente médico-científica que hoje defenda que a vitamina D é capaz de melhorar o curso da Esclerose Múltipla. **
Vamos compreender como funciona o mecanismo: - A vitamina D sintetizada pela pele é a vitamina D3, diferente da obtida através da alimentação. - A vitamina D3 é produzida por células da pele ao receberem raios ultravioleta B. Claro está, que é um processo químico complexo que não fica por aqui, mas este trecho é o essencial para que tomemos atenção ao alerta que o Dr. Alexandre Feldman nos faz, quando diz que:
"Um dos maiores protectores celulares, da pele e de todo o organismo, contra o câncer, é avitamina D." leia aqui
Para além de tudo
o mais, o sol estimula as hormonas que nos proporcionam bem-estar.
O médico (pediatra ou médico de família) ensina a mamã a levar seu bebé a tomar banhos de sol, pelo início da manhã, começando com uns míseros 5 minutos de exposição e ir, gradativamente, aumentando até os 15 ou 20 minutos.
Porque o sol é essencial para nossa saúde, desde pequeninos. O problema é que crescemos e desaprendemos. Dr. Alexandre Feldman acrescenta:
"Os raios ultravioleta B – único
comprimento de onda capaz de se transformar em Vitamina D – são bloqueados de
penetrar na pele pelos protectores e bloqueadores solares".
Conclusão:
Não é a besuntar-nos dos pés à cabeça com protector/filtro solar e a estatelarmo-nos na toalha a esturricar ao sol, que conseguiremos uma boa "provisão de vitamina D". Pelo contrário: exposições prolongadas não são sinónimo de quantidades maiores de vitamina D, pois os raios ultravioleta B também a degradam!
Contra-senso?
Não.
É a natureza a funcionar no seu melhor =)
** A Esclerose Múltipla, assim como outras doenças que têm a sua progressão controlada por medicamentos de uso continuado, são uma alta fonte de renda para a indústria farmacêutica.
Claro, que não se tira o mérito a esses medicamentos valiosos que surgiram à custa de muita pesquisa e investimento desde meados do séc.XX e, que trouxeram e continuam a trazer esperança! Porém, e igualmente importante: é imperativo que não se fechem portas a alternativas (simples e acessíveis), por conta de interesses financeiros.
Walter Feldman, médico e político publicou o livro "Vitamina D e Esclerose Múltipla: a chave brasileira das doenças auto-imunes" em que apresenta o tratamento proposto pelo neurologista brasileiro Cícero Coimbra, livro que foi alvo de muita polémica, como se pode verificar aqui
E na Universidade do Minho, no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúdea equipa científica do neurologista João Cerqueira também concluiu, "em paralelo com equipas internacionais, que a vitamina D, principalmente a transmitida pelo sol, beneficia o tratamento dos doentes de Esclerose Múltipla".aqui
Apesar de o excesso de calor (não sol) poder ser um exacerbador dos sintomas da E.M., com medidas adequadas para combater o calor, a exposição solar é possível e benéfica. aqui