15/09/10

DESCULPEM, mas dispo-me das leis que não fiz



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Não me levem a mal
os que pensam,
os que acham,
os que julgam,
os que pressupõem,
os que se acham
no direito ou na posição,
ou sem posição e a torto…
de me julgar,
de me censurar,
de me caluniar
em vão.

Eu não sou mulher
de se reter
por pressuposições alheias.
Não me intimida o olhar
de quem nada me diz.

Não me arreiam
as costas
por calúnias vãs.
Não perco o rumo
por opiniões que não peço.

Se é liberdade o que anseio,
dispo-me das leis
que não fiz.
Se é ar
que meu corpo deseja,
porque crês
que to exponho a ti?
Porque te gabas
que to ofereço,
se é a mim, apenas,
que devo o dízimo
de meus pertences?

Tolos, vós que julgais
poder minha alma
aprisionar.

Sou alma livre
que faz correr
o corpo
pelas terras recém-aradas,
pelas areias lavadas
pelo mar,
que como eu,
homem não doma.

Sou alma livre
que come o que quer,
tem porque quer
nega porque
tem a força
do NÃO.

Desculpem-me,
mas sou para mim.
Não sou
para mais ninguém.