Hoje, depois de terminar meu dia de trabalho, fui caminhar com minha filha
mais nova, companheira de caminhadas ...
Parei o carro e seguimos percurso a pé, pois que a pé é que se faz
caminhada.
Caminhamos em direcção à praia que, àquela hora, já começava a ser
abandonada pelos "praistas”
afortunados que, durante a tarde, não tiveram a obrigação de prestar contas e
resolver problemas, que não os seus, nos postos de trabalho e puderam, tão bem!
aproveitar o sol morno que, embora acabrunhado, soube se fazer presente para aquecer
a areia o suficiente de modo a ser bem bom pisá-la.
Pois bem, estava eu a dar palpites ao
vento, acerca de um parque mal acabado, do outro lado da rua, quando, nem
eu mesma sei como, já que eles eram verdadeiramente minúsculos, avistei:
primeiro um,
depois outro,
e, por fim, guiada pelo dedo da minha filha, ainda outro pequeníssimo!
Na realidade eram três não sei lá o que
lhes chame – pois que não faço ideia que espécie de ave era aquela que se abrigava no que
ainda resta das dunas. A mãe zelosa que bicava, bicava, piava, piava, e que os guiava
pela mistura de areia e chorões da zona, era uma ave pequena, pouco maior que
um pardal. Era da cor da areia e só o rabo escuro e uns raios nas penas das asitas
lhe marcavam o corpo. Os filhos, como ainda nem tinham as penas do rabo, além
de minúsculos, eram quase imperceptíveis, nas suas corridas sobre a areia.
Oh, coisas lindas!
E nós as duas ali, bobas, paradas no meio do passeio, indiferentes aos
olhos e às cabeças viradas que não queriam seguir sem descobrir qual o mistério
do nosso êxtase...
P.S. a imagem é meramente ilustrativa, pois que as duas bobas não tinham câmara à mão.