Vivo
do faz-de-conta,
porque sim.
E quando me perguntam
“como
estou”
falo
do que querem ouvir,
falo de outra,
não de mim.
Falo da que não é mulher,
é sereia,
de cabelos em onda,
longos e negros,
pernas que prolongam
o rabo dançante
e que pisam
nuns escarpins
de salto agulha.
Falo de uma dona
de olhos de lince
escondidos
num brilhar
que ofusca quem os vê.
É dessa dona
que falo.
Dessa dona,
senhora
cuja boca
não fala,
derruba.
Vivo
do faz-de-conta
E, quem sabe,
faz de conta
que não sou
a dona
que faço de conta
ser.
3 comentários:
Olá,Carmen!
Desculpe minha ausência prolongada...alguns problemas ,creio que já resolvidos.
Conheço bem este faz-de-conta...brincamos com ele e temos a sensação de que enganamos a realidade!
Muito bonito o seu poema,encantador!
Um beijo e meu carinho!
Sonia Regina
Aah, que encanto!
Suas palavras soam tão leve que nos deixa envolver.
Amo histórias de faz-de-conta, porque vivo de sonhos.
beeijo, querida!
*fiquei imensamente feliz com tua visita! teu blog é um encanto.
Um texto instigante, forte, leva a meditar, pensar, gosto disto, pra vc bjos, bjos e bjosssssssss
Enviar um comentário