16/07/11

Vivo do faz-de-conta

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Vivo
do faz-de-conta,
porque sim.

E quando me perguntam
“como estou”
falo
do que querem ouvir,
falo de outra,
não de mim.

Falo da que não é mulher,
é sereia,
de cabelos em onda,
longos e negros,
pernas que prolongam
o rabo dançante
e que pisam
nuns escarpins
de salto agulha.

Falo de uma dona
de olhos de lince
escondidos
num brilhar
que ofusca quem os vê.

É dessa dona
que falo.
Dessa dona,
senhora
cuja boca
não fala,
derruba.

Vivo
do faz-de-conta
E, quem sabe,
faz de conta
que não sou
a dona
que faço de conta
ser.

3 comentários:

...EU VOU GRITAR PRA TODO MUNDO OUVIR... disse...

Olá,Carmen!

Desculpe minha ausência prolongada...alguns problemas ,creio que já resolvidos.

Conheço bem este faz-de-conta...brincamos com ele e temos a sensação de que enganamos a realidade!

Muito bonito o seu poema,encantador!

Um beijo e meu carinho!

Sonia Regina

Natália Rocha disse...

Aah, que encanto!
Suas palavras soam tão leve que nos deixa envolver.

Amo histórias de faz-de-conta, porque vivo de sonhos.


beeijo, querida!

*fiquei imensamente feliz com tua visita! teu blog é um encanto.

wcastanheira disse...

Um texto instigante, forte, leva a meditar, pensar, gosto disto, pra vc bjos, bjos e bjosssssssss