Como chamar, como denominar esses Senhores
Doutores, cada um em seu posto, que durante, não meses, mas anos,
sucessivamente, uns atrás dos outros, desgovernaram o barco que nos deveria
levar em segurança?
Chamá-los: Incapazes?
Seriam-no, na realidade? Ou as suas capacidades seriam
outras, que não a de desempenhar o papel que lhes foi confiado?
Desleais?
A lealdade, ao contrário do que deveria ser, é subjectiva
demais, vai mais além do que o simples sinónimo que lhe é atribuído no
dicionário.
Mas... não interessa o que lhes chamemos.
Por hora, chamemos-lhes apenas e tão-somente: nossos
governantes. Uns num nível mais abaixo, outros num outro mais acima, uns
que se apresentam à frente, outros que se ficam de lado, mas são todos os
governantes deste Estado, que se mostra em estado de caos.
Homens e mulheres a quem foi confiado o barco e
não só.
A quem foi confiada a nossa vida inteira.
A quem confiamos o que têm os homens dignos de
mais precioso: o nosso ganha-pão, o nosso posto de trabalho - o
projecto de sobrevivência
de uma vida.
Nós, os que ganham o pão, do nosso lado,
procuramos ser o mais capazes que nos seria possível ser. Desempenhamos a função
que nos foi predestinada da forma o mais profissional e apaixonada para lá do
que era possível, de modo a nada desabonar a nossa conduta, nem colocar em
causa o nosso posto de trabalho - nosso tesouro.
E para além disso, fomos íntegros, fomos éticos,
fomos assíduos, fomos leais ao Estado, fomos bons pagadores sem que
para isso fosse necessário que nos assediassem com a virtualidade topo de gama.
Fomos o que esperavam que nós fossemos, PONTO.
Mas, para além de tudo isso, também teremos sido
inocentes?
Teremos sido tão estupidamente ingénuos como
nenhum homem adulto tem o direito de ser?
Foi esse o nosso erro?
Não sabíamos que não é na nobreza
do trabalho que reside o valor de um homem?
Inocentes crédulos, eis o que somos.
De facto, somos merecedores do mais duro castigo.
Claro que sim.
Rua connosco!
7 comentários:
OI CARMEM!
POUCAS COISAS DOEM MAIS QUE A TRAIÇÃO.
E, QUANDO NOS DEPARAMOS COM GOVERNANTES QUE COLOCAMOS NO PODER PARA NOS REPRESENTAREM, NOS QUAIS CONFIAMOS AO PONTO DE LHES ENTREGAR NOSSA PÁTRIA PARA QUE A COMANDASSEM, NO CASO DA PRESIDÊNCIA E OS VERMOS A FAZER DESMANDOS, NOS SENTIMOS TRAÍDOS, DESRESPEITADOS E HUMILHADOS.
O QUE NÃO PODEMOS, COMO MUITO BEM O DIZES EM TEU TEXTO, É NOS EXIMIRMOS DA CULPA, A TEMOS SIM, NÓS OS COLOCAMOS LÁ E TEMOS UMA GRANDE ARMA NA MÃO QUE É O VOTO E O POVO, UMA GRANDE MOBILIZAÇÃO, IRIA INCOMODÁ-LOS MUITO E TALVEZ FAZER A DIFERENÇA QUE TANTO QUEREMOS.
MUITO BOM TEU TEXTO, NÃO TEM COMO NÃO PENSAR A RESPEITO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Nossa Carmem,
Quanta revolta! Todos têm que se unirem para tirarem essa cambada de incompetentes do governo.
Aqui no Brasil não é diferente, o paupérrimo só deixa de comer nos lixões em época de eleições.
Meu pai sempre ensinava, isso porque era analfabeto por opção, que deveríamos sempre guardar o máximo que pudéssemos para as épocas da vacas magras.
Será que fazemos isso?
Beijos
Lua Singular
Lindo texto Carmem,para refletirmos muito na hora do voto.
bjs amiga e obrigada pela visita
Carmen Lúcia.
Temos sido muito permissivos e isso pode merecer castigo,sem dúvida.
Gostei muito do teu blog, mas não consigo segui-lo (dá erro).
Como conseguiste seguir o meu?
Fico-te agradecida. É que já são muitas pessoas a dizerem que não conseguem seguir ninguém.
Beijinhos
Todo o castigo tem um limite...há já quem não aguente mais! :(
Abraço
Boa noite,
Obrigado por facilitar o meu regresso ao seu belo blog, ainda bem que regressei para ler o seu texto puro e verdadeiro, infelizmente a quem chamamos políticos não passam de interesseiros submissos ao grande capital, são os grupos económicos que comandam os governos, assim como, para os (des)governantes consideram os grandes grupos o povo e os restantes são uns meros números.
Um verdadeiro politico é aquele que assume a governação com a responsabilidade e a consciência que o povo tem o direito à dignidade e sobrepor a politica ao capital.
Abraço
ag
Tudo acontece por um motivo. A maior parte das vezes é o deixa andar que encaminha as coisas para além dos limites dos suportável. Há sempre quem faça por tirar o melhor partido da desgraça alheia, mas a verdadeira culpada de tudo, é a permissividade e nós não somos tampouco isentos.
Beijinho Carmem. Gosto daqui
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