Não posso dizer que tenha perdido…
Como perder
o que nem sequer foi conseguido?
Como perder
o que nunca foi meu?
Como perder
o que nunca retive na mão?
Talvez seja essa a minha loucura:
a constatação de que, afinal,
ao fim de tanta luta,
ao fim de tanta vida!,
não tive.
Assim, tão simples.
Assim, tão facto:
perdi sem ter.
Senti, ao de leve,
num ligeiro roçar da mão,
a iminência da posse total e absoluta…
mas a mão não segurou.
Não soube segurar.
Deixou que tudo se fosse.
A escapar, qual areia a fugir por entre os dedos.
E nesse mesmo momento,
foi-se, também, o timing exacto.
E agora?
Para onde vou?
Será que vou?
Melhor, talvez,
Deixar-me estar
à espera que a oportunidade
bata duas vezes…
Levanta-te,
veste-te.
Vai!
Que
o trabalho te espera.
Ordeno a mim mesmo,
com altivez na voz,
sem tempo para delongas.
“ Louco
não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem que perdeu tudo menos a razão”
Autor: Gilbert Keith Chesterton (1874-1936) – jornalista/escritor
de nacionalidade inglesa. Neste site .