23/02/15

Filmes de terror na vida real

Embora haja quem considere que o cinema não passa de um entretenimento, a verdade é que, desde sempre o cinema tem sido uma arte de intervenção, mesmo que, muitas vezes, isso não esteja claramente implícito.
Penso que é importante registar que temos em cartaz dois filmes, que inclusive mereceram o reconhecimento do Óscar, que retratam o que é a penosa luta contra doenças neurológicas degenerativas, sendo um deles, oficialmente uma obra baseada em caso verídico e o outro, embora não se tratando de história verídica, é o retrato da vida real, pois que as doenças são um repetir de sintomas, desgastes e lutas atrozes travadas em rostos diferentes.

Nestes dois casos em concreto, são doenças que, não causando dor física - que na zona cinzenta do nosso imaginário é o maior sintoma associado a qualquer doença e razão de temor - dilacera de forma impiedosa a essência do ser, enclausurando-lhe a vida dentro do corpo.

Estas obras cinematográficas trazem a uma larga fracção da população a oportunidade de conhecer uma doença - Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) - ainda desconhecida por muitos e conhecer melhor uma outra que, para muitos, não passa dum nome - Alzheimer - o que é fundamental para que se toquem as consciências para os problemas enfrentados pelas pessoas/famílias que padecem deste género de doenças e o quão importante é que haja Legislação apropriada e apoio à Investigação.

Ambas, tanto ELA como Alzheimer são doenças neurológicas degenerativas, assim como também o são a Parkinson e a Esclerose Múltipla, diferindo entre si, na maneira como o sistema nervoso é atingido e na maneira como, consequentemente, invadem e afectam as vidas das pessoas.






7 comentários:

Ivone disse...

Amiga Carmem, muito boa a sua explanação aqui, é verdade, muitas vezes o que se precisa é ter conhecimento de todas as doenças que fazem muitos sofrerem, nem todos entendem, tampouco querem saber, sendo assim em obras de arte se pode mostrar com mais precisão!
Não assiste aos filmes ainda, mas irei, pois não quero ficar sem entender muitas coisas, a Vida nos mostra sempre, mas nem sempre estamos dispostos a ver!
Amo te ler, tens uma sensibilidade que muito me faz te admirar!
Deixo aqui um abraço bem apertado!

Jossara Bes disse...

Oi Carmem!
As doenças realmente nos aterrorizam!
A falta de esclarecimento, assim como você diz, nos martiriza!
Ótimo texto!
Felicidades para você!

Magia da Inês disse...

ه°·✿✿

Ótima terça-feira, cheiinha de alegrias!
Beijinhos.
╰هჱ⊱╮

Graça Pires disse...

Infelizmente são doenças cada vez mais frequentes. Ainda bem que os filmes já se debruçam sobre estes temas.
Beijo.

Manuel disse...

Quase filmes de terror mas é a realidade da vida.
Todos, ou quase todos, devemos estar preparados pois a qualquer porta pode bater.
Esperemos que estes filmes possam alertar para precaver e aprofundar a investigação.
Muito oportuna este sua mensagem.

Odete Ferreira disse...

Estou informada o suficiente para saber do suplício que é sofrer destas doenças e congéneres. Um horror para quem sofre e para quem tem de cuidar, faltando ainda muito apoio de retaguarda para ajudar as famílias. Não sei qual delas é pior...
Este texto toca-me muito: no Brasil, uma tia paterna morreu com Alzheimer e outra, ainda viva, sofre de demência. Houve um tempo que fiquei cismada mas foi passando.
Bjo, Carmen

Boop disse...

É difícil pensar no sofrimento alheio. A maioria das pessoas escolhe não o fazer, ou adopta uma postura voyerista.
É humano que as pessoas se defendam da angústia. E por isso não se embrenham no sofrimento de outros. O que acho notável é a capacidade do ser humano para se adaptar quando a doença degenerativa entra devagar e insinuosamente na sua vida. E aqui os outros, profissionais de saúde, família, amigos, assumem um papel fundamental.
Mas parece-me que é preciso sempre uma aprendizagem, que só se faz vivendo a situação.
Enquanto isso - todas as formas de divulgação, esclarecimento, dessensibilização são bem vindas!