31/03/14

Merecemos castigo


https://pixabay.com/pt/photos/?q=sombra+homem&image_type=&cat=&min_width=&min_height=


Como chamar, como denominar esses Senhores Doutores, cada um em seu posto, que durante, não meses, mas anos, sucessivamente, uns atrás dos outros, desgovernaram o barco que nos deveria levar em segurança?
Chamá-los:  Incapazes?
Seriam-no, na realidade? Ou as suas capacidades seriam outras, que não a de desempenhar o papel que lhes foi confiado?

Desleais?
A lealdade, ao contrário do que deveria ser, é subjectiva demais, vai mais além do que o simples sinónimo que lhe é atribuído no dicionário.

Mas... não interessa o que lhes chamemos.

Por hora, chamemos-lhes apenas e tão-somente: nossos governantes. Uns num nível mais abaixo, outros num outro mais acima, uns que se apresentam à frente, outros que se ficam de lado, mas são todos os governantes deste Estado, que se mostra em estado de caos.

Homens e mulheres a quem foi confiado o barco e não só. 
A quem foi confiada a nossa vida inteira. 

A quem confiamos o que têm os homens dignos de mais precioso: o nosso ganha-pão, o nosso posto de trabalho - o projecto de sobrevivência de uma vida.

Nós, os que ganham o pão, do nosso lado, procuramos ser o mais capazes que nos seria possível ser. Desempenhamos a função que nos foi predestinada da forma o mais profissional e apaixonada para lá do que era possível, de modo a nada desabonar a nossa conduta, nem colocar em causa o nosso posto de trabalho - nosso tesouro.
E para além disso, fomos íntegros, fomos éticos, fomos assíduos, fomos leais ao Estado, fomos bons pagadores sem que para isso fosse necessário que nos assediassem com a virtualidade topo de gama. Fomos o que esperavam que nós fossemos, PONTO.

Mas, para além de tudo isso, também teremos sido inocentes?
Teremos sido tão estupidamente ingénuos como nenhum homem adulto tem o direito de ser?
Foi esse o nosso erro?

Não sabíamos que não é na nobreza do trabalho que reside o valor de um homem?

Inocentes crédulos, eis o que somos.
De facto, somos merecedores do mais duro castigo.
Claro que sim.

Rua connosco!




7 comentários:

Zilani Célia disse...

OI CARMEM!
POUCAS COISAS DOEM MAIS QUE A TRAIÇÃO.
E, QUANDO NOS DEPARAMOS COM GOVERNANTES QUE COLOCAMOS NO PODER PARA NOS REPRESENTAREM, NOS QUAIS CONFIAMOS AO PONTO DE LHES ENTREGAR NOSSA PÁTRIA PARA QUE A COMANDASSEM, NO CASO DA PRESIDÊNCIA E OS VERMOS A FAZER DESMANDOS, NOS SENTIMOS TRAÍDOS, DESRESPEITADOS E HUMILHADOS.
O QUE NÃO PODEMOS, COMO MUITO BEM O DIZES EM TEU TEXTO, É NOS EXIMIRMOS DA CULPA, A TEMOS SIM, NÓS OS COLOCAMOS LÁ E TEMOS UMA GRANDE ARMA NA MÃO QUE É O VOTO E O POVO, UMA GRANDE MOBILIZAÇÃO, IRIA INCOMODÁ-LOS MUITO E TALVEZ FAZER A DIFERENÇA QUE TANTO QUEREMOS.
MUITO BOM TEU TEXTO, NÃO TEM COMO NÃO PENSAR A RESPEITO.
ABRÇS

http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Lua Singular disse...

Nossa Carmem,
Quanta revolta! Todos têm que se unirem para tirarem essa cambada de incompetentes do governo.
Aqui no Brasil não é diferente, o paupérrimo só deixa de comer nos lixões em época de eleições.
Meu pai sempre ensinava, isso porque era analfabeto por opção, que deveríamos sempre guardar o máximo que pudéssemos para as épocas da vacas magras.
Será que fazemos isso?
Beijos
Lua Singular

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Lindo texto Carmem,para refletirmos muito na hora do voto.
bjs amiga e obrigada pela visita
Carmen Lúcia.

Pérola disse...

Temos sido muito permissivos e isso pode merecer castigo,sem dúvida.

Gostei muito do teu blog, mas não consigo segui-lo (dá erro).

Como conseguiste seguir o meu?

Fico-te agradecida. É que já são muitas pessoas a dizerem que não conseguem seguir ninguém.

Beijinhos


Rosa dos Ventos disse...

Todo o castigo tem um limite...há já quem não aguente mais! :(

Abraço

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa noite,
Obrigado por facilitar o meu regresso ao seu belo blog, ainda bem que regressei para ler o seu texto puro e verdadeiro, infelizmente a quem chamamos políticos não passam de interesseiros submissos ao grande capital, são os grupos económicos que comandam os governos, assim como, para os (des)governantes consideram os grandes grupos o povo e os restantes são uns meros números.
Um verdadeiro politico é aquele que assume a governação com a responsabilidade e a consciência que o povo tem o direito à dignidade e sobrepor a politica ao capital.
Abraço
ag

MDRoque disse...

Tudo acontece por um motivo. A maior parte das vezes é o deixa andar que encaminha as coisas para além dos limites dos suportável. Há sempre quem faça por tirar o melhor partido da desgraça alheia, mas a verdadeira culpada de tudo, é a permissividade e nós não somos tampouco isentos.
Beijinho Carmem. Gosto daqui